A culpa é realmente do outro?

(Foto: Gay, e agora?)

Sabe quando brigamos com alguém e não conseguimos olhar na cara dessa pessoa? Sabe quando nos afastamos por um motivo bobo? Ou quando ficamos emburrados e ainda por cima estamos errados, mas não queremos pedir desculpas? O fato de não querermos falar com alguém por acharmos que estamos certos é chamado de orgulho. É um sentimento egoísta. Tem que ser eliminado, assim como o ciúme.

Várias vezes é sempre a mesma história: brigamos com alguém e queremos nos mostrar corretos, mesmo enxergando que estamos errados, queremos parecer certos. Queremos que o indivíduo ceda à vontade e te peça desculpas só que quem acaba sofrendo, além da pessoa do outro lado, somos nós, orgulhosos.

Todos queremos o poder. Raramente queremos estar errados, não é mesmo? É mais fácil colocar a culpa no outro por uma situação, desagradável ou não, que acontece. É como se fosse um jogo: ao colocar a culpa em outra pessoa, aliviamos nossa culpa momentânea, descarregamos o peso que está em cima de nós.

O maior problema está quando agimos com arrogância ou ignorância, não querendo falar com a pessoa, ou até elaborando estratégias horríveis para causar dor, angústia ou ciúmes no outro para sermos notados. Orgulho é um sentimento horrível. Virar a cara para alguém que amamos não é uma atitude educada, seja um familiar, um parceiro ou um amigo.

Nem sempre estamos certos. As vezes podemos estar, mas não é sempre. Devemos analisar nosso erro e o erro do outro. Ambos também podem estar errados. A conversa é uma estratégia que ajuda em qualquer problema. Não me refiro a briga, que também pode ser ocasionada, mas sim uma conversa onde ambos saibam equilibrar o que é certo e errado. Pedir desculpas é algo essencial.

Temos que aceitar as críticas e ser honestos consigo mesmos. É normal não querermos ver nossos defeitos, é bem chato na verdade. Ninguém gosta de ficar explanando seus defeitos para os outros. Queremos passar nossa melhor imagem, mas temos que colocar em nossas cabeças que, como dito anteriormente, erramos também: várias vezes. Além de ser algo errado, não admitir os erros para o outro é uma atitude infantilizada.

Imaginemos a situação: acabei brigando com meu melhor amigo. Ele virou a cara para mim e acabei virando para ele também. Eu não quero falar com ele porque ele é um idiota que acabou cometendo uma enorme mancada comigo, me deixando magoado. Ele ficou uma semana sem conversar comigo. Pedi conselhos a outros amigos e tudo que acabei ouvindo é que a culpa não era minha. Paramos de se falar e nossa amizade acabou. Nesta situação fictícia uma amizade é terminada. O que uma conversa entre nós dois poderia ter gerado? Uma briga? Uma resolução? Ele poderia ter ficado bravo comigo, ter gritado de raiva, também ter pedido ajuda para outras pessoas. E se eu tivesse cometido a mancada e não soubesse? Lembre-se que eu que relatei a história, não o meu amigo. Não sabemos o lado dele. Em todo o relato ele é culpado. Na hora de nossa raiva inicial não estamos pensando, especificamente, no outro. Estamos pensando em nós.

Devemos largar o pensamento de si mesmos e começar a pensar no outro lado da história. Se ninguém mover um músculo, a amizade pode acabar mesmo. Quem se sente incomodado consegue correr atrás, consegue tentar entender a situação, analisar o erro, ter um diálogo, direto ou indireto. O orgulho só nos afasta. Nos faz levantar o nariz como se o mundo girasse apenas em nosso redor. Quando estamos interagindo com outra pessoa, em uma amizade por exemplo, o mundo também está girando ao redor da outra pessoa: somos duas pessoas que levamos a amizade em diante. Se estiver errado, assuma o erro. Não existe algo tão lindo no ser humano do que assumir os próprios erros ao invés de se esconder atrás deles.



Postagem escrita por Luan, criador desse site, estudante e blogueiro. Graduando em Publicidade e Propaganda.

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