Gay culture: depois dos 40 anos, seremos todos sozinhos

Série 'Queer as Folk' (Foto: Showtime)

Muitos meninos gays têm medo de envelhecerem e morrerem sozinhos, como já diria a música do Jão. O medo do futuro e da falta de um parceiro para continuar na jornada são temas muito discutidos pelos jovens. Muitos alegam que, quando encontram alguém, essa pessoa troca por outra mais bonita, chamando de gay culture ou cultura gay. Será que tudo isso realmente é verdade? E se for, é um problema?


PESSOAS PADRÕES

Todas os grupos de pessoas têm um padrão. Ao mencionarmos o termo "a menina popular da escola", você já deve imaginar uma pessoa em específico com características marcantes e atributos próprios, certo? Isso também existe na comunidade gay: quando falamos de um homem padrão, normalmente é uma pessoa forte, jovem e máscula, sendo bem próxima do homem heteronormativo.

Não é estranho que nos apaixonemos pelo homem heteronormativo, já que todos fomos criados com essa referência masculina e a carregamos para toda a vida. Porém, temos que abrir o nosso leque e nos apaixonarmos pelo conteúdo, e não pela imagem. Gay ou hétero, homem ou mulher: a aparência física não deveria importar. O conteúdo é que deveria falar mais alto.


SOLIDÃO GAY NA VIDA ADULTA

É comum observar que alguns homens gays não possuem um namorado ou marido depois de seus 40 anos e aparentam estarem tristes com isso, além de viver uma vida solitária, certo? Errado! Também crescemos em uma concepção de que o ciclo da vida é que casemos e tenhamos filhos e isso não é regra. Nós imaginamos que a pessoa solteira aos 40 anos possa estar triste e solitária, mas isso não é verdade. E se a pessoa não quiser namorar ou casar com ninguém? E se ela quiser aproveitar a sua própria companhia?

Já estamos no século XXI e sabemos perfeitamente que a construção social de homem e mulher casados com duas crianças não existe mais. Um homem pode viver sozinho, se assim quiser, sem um namorado ou marido e isso não tá nada de errado. São escolhas que nos movem. E não cabe a nós julgar alguém por estar ou não sem um companheiro.


MAS... ESTOU SOZINHO E NINGUÉM ME DÁ BOLA

Aqui temos um belo apontamento. Muitos homens após chegarem aos 40 anos culpam a sua sexualidade por não encontrarem mais nenhum parceiro, mas isso é muito errado! Basta olharmos ao nosso redor e observamos a quantidade de homens e mulheres heterossexuais que estão sem um parceiro ou parceira na vida adulta. Isso não é uma maldição dos gays, isso é normal. Só nos restam duas opções para seguir:

1. Sim, eu quero viver sozinho. Então, quebre esse tabu de que uma pessoa deve estar acompanhada e aceite que nem todos terão um parceiro. O seu final pode ser feliz sem um namorado, a diferença é que o seu príncipe encantado será você mesmo. Afinal, quem é o principal responsável por todas as nossas conquistas e derrotas somos nós mesmos. Não é todo mundo que vai ter filhos, vai casar, vai namorar, vai fumar, vai ficar estável em um único emprego, vai viver com alguém, não! As pessoas são diferentes e temos todas as opções para escolhermos. Seja feliz consigo mesmo e aproveite a sua companhia.

2. Não, eu não me vejo sem alguém em minha vida. Mova-se! Corra atrás de quem você quer. Se você ficar triste e solitário em casa, sem tomar atitudes, não vai conseguir ninguém: as pessoas não caem do céu. Saia de casa, vá para festas, parques, cinemas, use aplicativos de relacionamento, faça o que achar melhor, mas mova-se. E tenha em mente que, antes de achar a pessoa que te completa, você passará por diversas quedas e desilusões amorosas, mas, uma hora vai dar certo, não desanime.

Vale ressaltar que não existe certo ou errado, mas o que você escolher é válido. E caso escolha uma terceira opção que não foi mencionada aqui, tá tudo bem. O que importa é que você sempre busque a sua felicidade e não se restrinja a padronizações. Como dito ali em cima, estamos no século XXI e os roteiros de filmes não definirão mais as nossas vidas.



Postagem escrita por Luan, criador desse site, estudante e blogueiro. Graduando em Publicidade e Propaganda.

Comentários

  1. Já apontou o Censo de 2010, que metade dos lares brasileiros era formado por uma pessoa! Comigo aconteceu algo peculiar: o colega que me tirou a "virgindade", namorei por um ano e, acabou a relação, porque passei em concurso e ele "estacionou" na carreira! Já em 2018, namorei outro colega, só que eu em final de carreira, cogitei a ele, assumirmos a relação, morando juntos, mas ele declinou da sugestão de casal, ai aposentado, estou sem namorado: mas por ele do que por mim, em não estar namorando!

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