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Série 'Skam' (Foto: NRK) |
Atualmente, os eletrônicos estão presentes em nosso cotidiano de todas as formas possíveis. Faz parte da rotina acordar e, antes mesmo de levantar, olhar as notificações do celular. É difícil encontrar uma pessoa que não entre no banheiro com o celular ou almoce sem ele estar em cima da mesa. Ninguém consegue ficar com o celular no modo avião por mais de um dia sem enlouquecer. Os humanos são totalmente dependentes da tecnologia.
A comunicação por telefone está quase sendo extinta visto que grande parte da população mundial se comunica pelos aplicativos de mensagens. As pessoas não revelam mais fotos nas proporções de antigamente já que a cada três horas estão tirando mais uma fotografia para expor para seus amigos nas redes sociais de compartilhamento de fotos. Poucos guardam para si mesmos ou somente para pessoas confiáveis o que deveria ser privado e expõem seus dramas, conquistas e reclamações para o mundo em uma rede social de um passarinho azul que limita um espaço de 140 caracteres por publicação.
A internet sempre foi um lugar em que era difícil encontrar a realidade do público. Hoje, é quase impossível. As redes sociais contribuem para a disseminação de uma felicidade que muitas vezes não existe. Se o indivíduo está feliz, por que ele deve expor isso ao mundo? As pessoas querem mostrar para a sociedade que estão comendo, festejando, lendo, que estão com um determinado grupo de amigos ou outras coisas, mas não levam em consideração que ninguém quer saber. Ninguém se importa com o que acontece e todos fazem isso: todos querem publicar o que estão ouvindo, o que os afetam, o que o amigo fez para a namorada, etc.
O mundo virtual se tornou um ambiente em que todos espalham o que querem para garantir curtidas e comentários. É um mundo em que uma pessoa quer aparecer mais que a outra para ter seguidores e adquirir um status social. A pergunta que não se cala é: o que as curtidas, comentários e seguidores irão agregar na sua vida real?
Os cidadãos devem parar de expor seus problemas e suas angustias para o público. Ficar publicando que está abalado emocionalmente, tentar chamar a atenção de alguém que não está mais em sua vida com frases de superação, postar fotos ousadas só com roupas íntimas não são coisas saudáveis. Tudo isso é para se promover, mas se promover em quê? Ser notado por se jogar pra baixo ou se queimar não é uma coisa legal: isso é algo insano.
É fato de que as redes sociais podem aproximar as pessoas e fazer com que pessoas excluídas do mundo offline sejam incluídas no mundo virtual, porém qual o sentido de viver através de uma tela comunicando-se com pessoas que não se mostram por inteiro? São poucas as exceções de pessoas que se mostram por inteiro no mundo virtual. A grande maioria está mentindo ou omitindo informações.
Buscar amigos virtuais não é uma coisa saudável. Muitos jovens encontram o refúgio da realidade nos computadores e ter amigos virtuais indica que, provavelmente, faltam pessoas fora da tela do computador na vida do indivíduo. Nem todo amigo virtual é ruim, mas qual é a graça de conversar com alguém que você nunca viu na vida, ou raramente irá ver? Usar o mundo virtual como refúgio da realidade é uma solução momentânea que pode fazer bem até certo ponto. Seria interessante passar em um psicólogo para investigar a situação do indivíduo que passa horas no computador conversando com pessoas que não estão presentes, de fato, em sua vida.
O uso intenso do celular por toda a população mostra que paramos de viver a vida para viver um grande momento sem fim em que observamos fofocas fúteis de pessoas ao nosso redor, mandamos mensagens de áudio compulsivamente, postamos coisas que não agregam em nada na vida do outro ou na nossa, mostramos uma felicidade que muitas vezes não existe e outras muitas coisas.
O mundo real se tornou o mundo virtual e isso é algo doentio. Nossa sociedade caiu em um abismo totalmente dependente da tecnologia em que não existem mais diálogos entre as pessoas, só existem mensagens. É errado comparar um diálogo com uma mensagem de áudio. Um diálogo é uma coisa presencial em que ambas as pessoas olham no rosto uma da outra, diferente da mensagem de áudio. As redes sociais aproximaram todos, mas ao mesmo tempo, afastaram todo mundo.
O amadurecimento da população deve partir de cada indivíduo ao observar que está produzindo uma imensa quantidade de futilidade para o ambiente virtual e que está perdendo seu tempo postando coisas para atingir o outro ou mostrar uma imagem falsa de si próprio. Vale reforçar que o mundo virtual está se tornando o mundo real e que isso não pode acontecer. Conversar por mensagens é uma coisa normal, mas trocar o diálogo presencial por mensagens que nunca mostram de fato o que queria ser dito, é algo extremamente errado.
Postagem escrita por Luan, criador desse site, estudante e blogueiro. Graduando em Publicidade e Propaganda.
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