O nosso site tem como um dos pilares trazer a quebra de tabus e a diversidade e, percebemos que não abordamos a questão da visibilidade trans em nosso site. Pedimos desculpas por isso, mas chegou a hora de abordamos esse assunto que também é de extrema importância, assim como os outros. Temos muitos tabus para quebrar, muitas dúvidas para sanar e muitos argumentos para usar. Vamos começar enriquecendo nosso vocabulário e daremos um passo de cada vez para que, no final dessa postagem, a mensagem seja passada com toda a clareza possível.
Todo mundo tem uma orientação sexual e uma expressão de gênero e ambos os termos remetem à conceitos completamente diferentes. Além disso, temos o sexo biológico que também tem um significado único.
- Orientação sexual remete ao desejo sexual predominante de uma pessoa, se é por alguém de gênero diferente, igual ou de mais de um gênero: é aqui que entram os termos hétero, homo e bissexual;
- Gênero biológico: resumindo em poucas palavras, pode-se dizer que quem tem vagina, ovários e cromossomos XX é mulher; quem tem pênis, testículos e cromossomos XY é homem; quem apresenta uma combinação dos dois anteriores é do gênero intersexo;
- Expressão de gênero: é a forma que cada indivíduo se expressa no mundo e é sinônimo de identidade de gênero. É aqui que a pessoa diz com qual gênero se identifica, se ela se identifica com algum.
CISGÊNERO, TRANSGÊNERO E GÊNERO FLUIDO
Quando falamos de expressão de gênero, existem diversas classificações e muitas passam despercebidas. As três principais estão listadas abaixo:
- Cisgênero: é quando o indivíduo se identifica com o seu gênero biológico. Um exemplo é de quando uma menina nasce com os órgãos sexuais femininos e se identifica como menina. O mesmo vale para o menino;
- Transgênero: abrange todas as pessoas que não se identificam com o seu gênero biológico. É como se o corpo fosse de um menino e a mentalidade de uma menina;
- Gênero fluido: agrupa pessoas que se identificam com mais de um gênero em diversos momentos de suas vidas.
TRANSEXUAL E TRAVESTI
Muitas pessoas usam os termos transexual e travesti como sinônimos de transgêneros, mas esse conceito é completamente errado.
- Transexual: se refere a uma pessoa que passou pela transição de gênero através de um procedimento cirúrgico para adequação dos genitais e de tratamento hormonal;
- Travesti: é uma construção de identidade de gênero feminina. É quando a pessoa nasce homem, mas se reconhece em uma identidade feminina. É um termo ainda usado como pejorativo (ligado com a baixa renda e marginalização), mas algumas pessoas da comunidade LGBT+ reconstruíram e usam como palavra de afirmação em lutas sociais.
AGÊNERO, NÃO-BINÁRIO E QUEER
Transgêneros são pessoas que não se identificam com o seu gênero biológico, certo? Dentro desse grupo populacional, temos os agêneros e os não-binários.
- Agênero: é um indivíduo que não se sente como mulher, homem ou quaisquer outros gêneros. É o caso em que o gênero é neutro e a pessoa não possui identidade de gênero. Por não se identificar com o seu gênero biológico, o agênero também é transgênero;
- Não-binário ou queer: é uma pessoa cuja identidade de gênero não está limitada às definições de masculino ou feminino. Um exemplo é de um indivíduo que sente que seu gênero está em algum lugar entre homem e mulher, mas não nos dois extremos. Assim como as orientações sexuais "padrões", uma pessoa queer pode não se sentir nos limites do hétero e do homo.
CROSSDRESSER, DRAG QUEEN E DRAG KINGS
Além disso, existem indivíduos que expressam seu gênero de maneira oposta ao gênero biológico, mas que não são consideradas transgêneras.
- Crossdresser: é uma forma de expressão de gênero. Uma pessoa crossdresser é aquela que se veste com roupas associadas a um gênero diferente do seu, mas não tem nada relacionado com a orientação sexual da pessoa. Podem existir homens héteros que se vistam de mulheres por diversos motivos e são crossdressers, mas não são transgêneros;
- Drag queen: é uma expressão artística. São homens que usam roupas do gênero feminino para uma performance;
- Drag kings: também é uma expressão artística em que mulheres usam roupas do gênero masculino para uma performance.
AFINAL, O QUE É A TRANSEXUALIDADE?
Como já dito, transexualidade é uma forma de expressão de gênero em que os indivíduos não se identificam com o seu gênero biológico. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o transtorno de identidade de gênero não é considerado doença mental e nem transtorno de personalidade, como já foi considerado.
Ela não tem idade ou época para surgir em uma pessoa. Em geral, as primeiras manifestações da transexualidade surgem na infância em que as crianças se sentem mais confortáveis com comportamentos e atitudes de um gênero diferentes das construídas socialmente para o seu sexo biológico. Porém, é comum que muitos sinais que indiquem a transexualidade apareçam na puberdade, junto com o interesse sexual.
O que é mais indicado é que, quando alguém desconfie ser transexual, vá buscar ajuda especializada para ajudar na compreensão dos conflitos sociais e, caso queira, terapias hormonais ou cirurgia.
TRATAMENTO HORMONAL E CIRURGIA
Cada pessoa tem sua maneira de viver a sua vida e cabe a ela, e somente a ela, decidir se vai fazer algum tratamento hormonal ou cirurgia. Após a decisão, a pessoa em questão deve consultar um médico especialista para avaliar o quadro clínico individual, já que envolve uma questão de aspectos fisiológicos e hormonais. O indivíduo em questão jamais deve se medicar por conta própria.
COLETIVOS E ALIADOS
Temos algumas entidades que promovem ações de visibilidade, a partir de manifestações públicas, que são interessantes para serem acompanhadas e, se necessário, consultadas: a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT), a Associação Brasileira de Estudos da Homocultura (ABEH) e o Instituto Brasileiro Trans de Educação (IBTE).
Além dessas iniciativas, temos alguns coletivos que são socialmente engajados com essa temática: Casa 1 (SP), Casa Florescer (SP), Casa Nem (RJ) e CasAmor (SE).
A SOCIEDADE É TRANSFÓBICA. E NÓS?
Muitas vezes somos transfóbicos e preconceituosos. A comunidade trans tem pouca visibilidade e carece de muitos recursos em nossa sociedade. E cabe a nós mudar essa visão e começarmos a integrar essa minoria em nosso grupo social. A proposta é de que as pessoas cisgêneras se tornem mais humanas e reconheçam a humanidade das pessoas trans, que passam por dificuldades, olhares tortos e são apagadas de nossas vistas.
Falando especificamente da comunidade LGBT+ que tem como obrigação pregar o amor, sabemos que em questão de privilégios, as letras L, G e B se destacam e a T e o + se tornam esquecidos. A nossa missão, como pessoas que sofremos homofobia e bifobia é de acabar com a transfobia e começar a incluir esse grupo na comunidade, que ofusca a presença dele. Inclusão, respeito e empatia são as palavras chaves. Inclusão, respeito e empatia.
Temos algumas entidades que promovem ações de visibilidade, a partir de manifestações públicas, que são interessantes para serem acompanhadas e, se necessário, consultadas: a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT), a Associação Brasileira de Estudos da Homocultura (ABEH) e o Instituto Brasileiro Trans de Educação (IBTE).
Além dessas iniciativas, temos alguns coletivos que são socialmente engajados com essa temática: Casa 1 (SP), Casa Florescer (SP), Casa Nem (RJ) e CasAmor (SE).
A SOCIEDADE É TRANSFÓBICA. E NÓS?
Muitas vezes somos transfóbicos e preconceituosos. A comunidade trans tem pouca visibilidade e carece de muitos recursos em nossa sociedade. E cabe a nós mudar essa visão e começarmos a integrar essa minoria em nosso grupo social. A proposta é de que as pessoas cisgêneras se tornem mais humanas e reconheçam a humanidade das pessoas trans, que passam por dificuldades, olhares tortos e são apagadas de nossas vistas.
Falando especificamente da comunidade LGBT+ que tem como obrigação pregar o amor, sabemos que em questão de privilégios, as letras L, G e B se destacam e a T e o + se tornam esquecidos. A nossa missão, como pessoas que sofremos homofobia e bifobia é de acabar com a transfobia e começar a incluir esse grupo na comunidade, que ofusca a presença dele. Inclusão, respeito e empatia são as palavras chaves. Inclusão, respeito e empatia.
Postagem escrita por Luan, criador desse site, estudante e blogueiro. Graduando em Publicidade e Propaganda. A postagem foi revisada por pessoas transexuais de grupos do Facebook antes de ser publicada.
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