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Olá, pessoas! Parker aqui de novo com mais um tema sobre feminismo. Esse é o último tema da coluna Blogueira Feminista e eu vou abordar temas que acredito que sejam bem importantes, mas que nunca são expostos com clareza... Quer dizer, pelo menos até agora, eu nunca vi uma discussão produtiva a respeito disso. Vou falar de mansplaining e manterrupting, esses termos do inglês que ainda não tem um nome oficial em português e que são uma das pautas gerais do movimento feminista. Caso queira conferir as outras quatro postagens anteriores, é só clicar aqui.
Vocês se lembram de quando a Kéfera foi no programa "Encontro com Fátima Bernardes" e aconteceu uma situação um tanto quanto desagradável? Aqui no vídeo, você pode ver que em determinado momento a Kéfera ficou muito brava e soltou um "VOCÊ ESTÁ FAZENDO MANSPLAINING!!". O foco dessa coluna não é a Kéfera, ou a atitude dela, mas acho que o momento ficou marcado e muito associado com essa palavra.
CONTEXTUALIZANDO E EXPLICANDO
Afinal, o que é mansplaining? Para ficar fácil de entender, imaginem a situação: uma mulher está falando e, antes de terminar, é interrompida por um homem. Sem constrangimento e com confiança, ele começa a explicar para ela e para outros presentes o que ela estava a dizer. É comum né?
O mansplaining acontece quando um homem explica coisas óbvias à mulher, muitas vezes com um tom paternalista, como se ela não fosse intelectualmente capaz de entender algo. O manterrupting acontece quando homens interrompem falas de mulheres. Geralmente um anda acompanhado do outro, ocorrendo primeiro a interrupção seguida pela explicação. E isso é negativo porque:
A PROBLEMÁTICA DO MANSPLAINING E MANTERRUPTING
- Ao interromper a fala de uma pessoa, você automaticamente assume que a sua fala (que reflete a sua opinião, visão, valores, etc) é mais importante ou relevante. E, devido ao histórico machismo estrutural, as mulheres, em geral, tendem a ser mais interrompidas do que os homens. E que embora as mulheres sejam menos propensas a interromper alguém, quando o fazem, é mais provável que elas interfiram nas falas de outras mulheres, mais do que na fala de homens;
- A explicação... essa é complicada porque deslegitima toda uma linha de raciocínio. O que acontece é que o indivíduo do sexo masculino ou repete o que já tinha dito antes com outras palavras ou contradiz a fala da mulher com base em suas opiniões ou senso comum. De qualquer forma, coloca a interlocutora em uma posição de inferioridade intelectual em relação a ele, perpetuando, assim, o sistema de opressão.
A PROBLEMÁTICA DO MANSPLAINING E MANTERRUPTING
São respostas quase que inconscientes que derivam de amarras sexistas de acesso a educação e ao mercado de trabalho. Frequentemente ignora-se o mérito de mulheres como pesquisadoras, intelectuais, estudiosas, ou simplesmente a sua vivência feminina (em termos de corporalidade e sociedade). Um homem sente-se no direito de explicar para uma mulher o que é o machismo que ela experiencia diariamente simplesmente por garantia de uma organização estrutural que garante poder a ele.
E essas atitudes podem ser pequenas e podem passar despercebidas, mas causam um grande impacto. Mulheres desenvolvem problemas de autoestima e autoconfiança, evitam expressar suas opiniões, se rotulam como tímidas em situações de interação social, duvidam de suas conquistas, e por ai vai.
Cabe aos homens repensarem suas atitudes partindo do pressuposto de que eles possuem privilégio sim! E esse privilégio se mostra de várias formas, inclusive em discursos corriqueiros. Lugar de fala é importante sim, não para retirar o direito de expressão de uma das partes, mas para que todos estejam cientes de qual é a sua hora de argumentar e qual é a sua hora de escutar em um debate.
E agora eu declaro aberto o concurso para criação de nomes para esses termos em português. Afinal, português que é a nossa língua amiga e do coração, esses significados precisam ser acessíveis para todos. Eu acho que para mansplaining, "macho palestrinha" é um excelente substituto.
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Estamos entrando em um período de férias de um mês de duração, com um retorno incrível no dia 15/01 e com muito mais conteúdo de quebra de tabus, autoajuda e militância para todos nós! Afinal, ler e agregar conhecimento nunca é demais, né?
Desejamos a você um excelente fim de ano e um próspero ano novo, com muita sabedoria, aprendizado, confiança e alegria! Minha participação no site se encerra por aqui e eu espero que os meus textinhos amadores tenham causado algum impacto (positivo!) em quem leu. Eu sei que, pelo menos eu, escrevendo, já senti alguma diferença. E um super obrigada ao dono do site pela oportunidade e pelo espaço!! Respeitem todos, todas (e todes, se preferirem) e bebam muita água! Beijos da Parker.
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