A bruxaria sem o Bibit Bobit Bum da sociedade

Imagem: Magical Herbalism/Scott Cunningham

Prazer, sou a Mari. Estudo jornalismo e sou praticante de bruxaria natural. Minha missão com essa série de postagens é desmistificar e apresentar uma visão real e livre de fantasias sobre a bruxaria. O nome da coluna é “Bruxas existem e eu posso provar” – literalmente o que eu vou tentar fazer aqui. Minhas postagens vão estar disponíveis nos dias 20 de janeiro, fevereiro, março e abril. 

Antes de tudo preciso que você, caro leitor, apague todo e qualquer simbolismo sobre bruxas da sua cabeça. Esqueça tudo o que lhe foi ensinado ou dito sobre esse tema – provavelmente está errado. 

Espero que você consiga, assim como eu, absorver e entender a beleza da bruxaria. Juro que você não vai se arrepender. 

(Dica: uma musiquinha celta ou sons da natureza são extremamente bem vindos para acompanhar essa leitura!) 


ESPELHO, ESPELHO MEU 

É extremamente comum pensarmos que bruxas são mulheres, com nariz grande, geralmente ou muito idosa ou muito jovem e sedutora, antagonistas de filmes e contos infantis. Essa imagem que temos não foi construída individualmente por cada um de nós. 

Há décadas colocam a figura da bruxa como vilã das produções Hollywoodianas e nas histórias infantis. Isso fez com que a grande maioria da população crescesse com a ideia de que bruxa é sinônimo de maldade – especialmente nos filmes de terror vemos muitas produções apresentando a bruxaria com certo teor satânico. 

Essa representação estereotipada e bizarra nasceu para mascarar o medo que a sociedade tinha – e ainda tem – da mulher empoderada. 

Antigamente – não que isso ainda não persista na sociedade – a mulher que tinha conhecimentos básicos de usos de ervas para fins medicinais e estéticos era considerada bruxa, a mulher que lia muito e sabia mais que os homens era bruxa, a mulher independente, a mulher pobre, a mulher bela, a mãe solteira, a parteira ... todas acusadas de bruxaria e, muito provavelmente, queimadas em fogueiras. 


A BRUXARIA ANTES DAS MENTIRAS CRISTÃS 

Ao contrário do que toda essa bagagem histórica preconceituosa diz sobre as origens da bruxaria, o contato do ser humano com magia vem desde a Pré-História. 

Com o desconhecimento do funcionamento da natureza, acreditava-se que os fenômenos naturais carregavam consigo forças sobrenaturais. Era muito comum o homem fazer rituais para os fenômenos inexplicáveis. Assim, eram feitos rituais para o Sol nascer, para as mudanças da Lua e também desenhos para representar a caça nas paredes. 

O contato deles com a natureza era íntegro e puro. Tudo era sagrado, a água, o fogo, a terra, a vida que as mulheres geravam dentro delas. 

A partir daí, o contato do homem com a magia foi crescendo, o que tornou os rituais mais complexos. Começaram a usar pinturas específicas, a energia das pedras e das ervas e danças. 

Depois do surgimento do cristianismo, a magia perdeu espaço com as leis de proibição impostas pela igreja. Todo o praticante de bruxaria precisou esconder suas práticas do povo. Tudo precisou ser mantido em segredo até que as leis fossem abolidas muito tempo depois, no século XX. 

Depois foram publicados muitos livros sobre os conhecimentos bruxos, o que serviu para desmistificar um pouco toda a mentira que a igreja havia espalhado sobre a bruxaria. 

Assim, a magia retornou ao dia a dia dos praticantes, dessa vez sem ilegalidades, mas não fora do alcance do preconceito. 


A BRUXARIA DO SÉCULO XXI 

Agora que já fiz minha “lavagem cerebral do bem” – desmistifiquei a imagem da bruxa, expliquei brevemente a história da bruxaria e sambei em cima das leis bizarras da igreja - você está livre para entender melhor sobre a bruxaria moderna, agora com uma bagagem histórica real e sem estereótipos. 

O verdadeiro sentido de ser uma bruxa é conhecer a si mesmo – sim, simples assim e sem nenhum outro propósito diabólico. Surpreso? 

Conhecer a si mesmo no sentido de reconhecer e decifrar as próprias qualidades e defeitos. Aguçarmos nosso contato com a natureza, aprender a sentir a energia dos lugares, – e se proteger dependendo do ambiente - e saber utilizar os elementos da natureza ao seu favor. 

A bruxa busca fazer o bem para si mesma, espalhar o bem para quem ela desejar e levar a diante práticas milenares esquecidas no tempo – como uso benéfico das ervas, cristais, aromaterapia, etc. 

A bruxaria atual também está muito ligada ao feminismo e às práticas de autoconhecimento e empoderamento do corpo. 


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Espero que eu tenha conseguido passar a essência da bruxaria para vocês. Apesar de eu ter falado muito – desculpem por isso, rs – eu apenas os introduzi minimamente no mundo extremamente vasto e subjetivo da bruxaria. Se você se interessou e achou relevante o conteúdo, busque mais sobre esoterismo e bruxaria, e lembre-se também de acompanhar as próximas 3 publicações aqui no site sobre esse tema. 

Beijos da bruxa.



Postagem escrita por Mari, colunista desse site, estudante e blogueira. Graduanda em Jornalismo. Confira todas as postagens dessa coluna clicando aqui.

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