Militância: os pontos positivos e negativos deste movimento

Série '13 Reasons Why' (Foto: Netflix)

Você sabe o que é "militância seletiva"? E o termo "militância" por si só, você já ouviu falar? Na postagem de hoje abordaremos o significado desses termos, seus benefícios e problemáticas e abordaremos exemplos de lutas políticas para que tudo fique mais visível e palpável em nosso raciocínio.


A MILITÂNCIA

Nos últimos anos, percebemos que o termo "militância" está cada dia mais presente em nosso cotidiano. Ao realizar uma busca no Google Trends, é perceptível que as buscas pelo termo se elevam a cada ano que passa. Muitas vezes, temos uma visão distorcida e incorreta do real significado do termo, já que, com o seu crescimento, também sofre banalizações diárias nas redes sociais. Em rápidas palavras, quando estudamos o significado da palavra, chegamos a conclusão de que a militância é uma prática de uma pessoa ou um grupo de pessoas que defende uma causa e busca a transformação da sociedade através da ação.

A militância é sinônimo de uma atitude política e, graças a ela, conseguimos ter contato e discussões dentro de um conhecimento que provavelmente não teríamos acesso em outros contextos. Por isso, já podemos antecipar que a militância que vemos nas redes sociais é apenas uma fração da real militância, mas não deixa de ser importante. Isso significa dizer que, nas redes sociais conseguimos explorar uma problemática e trazer a discussão para a mente de diversas pessoas: sejam estas a nossa bolha de amigos na rede ou alcançarmos outras pessoas com o compartilhamento deste conteúdo.

A militância no ambiente digital é suficiente? Não! Quando defendemos uma causa no ambiente virtual, seja ela qual for, estamos nos comunicando com pessoas e propondo discussões com estas. A militância no digital é um método pequeno e motivador para que as pessoas interpretem uma informação e possam se mobilizar em cima dela. É com essas discussões, com as nossas defesas e pesquisas que conseguimos plantar uma sementinha na mente do nosso círculo social para que, juntos, tracem uma estratégia para a defesa daquela pauta no mundo real.

Após a informação ser repassada no mundo virtual, podemos nos unir para mudar a situação-problema: a mudança pode ocorrer em associações, coletivos, ONGs ou através de iniciativas individuais que visem a transformação da sociedade. A militância parece algo interessante não? Mas ela é mesmo, principalmente se for usada da maneira correta. Para isso, a seguir, traremos os discursos que a invalidam.


A MILITÂNCIA SELETIVA

A militância seletiva é uma coisa que destrói a nossa forma de mudança. Podemos mencionar ela em dois discursos que aparecem na internet:

1. LGBTs: já percebeu que os discursos militantes muitas vezes abordam especificamente a letra G, os gays? Pouco falamos das lésbicas e muito menos dos bissexuais e transexuais. É possível ver pessoas que se dizem militantes da comunidade LGBT+ invisibilizando os bissexuais através de comentários que descredibilizem toda a sua orientação sexual, bem como a ignorância para os transexuais que raramente são abordados em seus discursos;
 
2. Feministas: algumas pessoas que defendem o feminismo esquecem das mulheres pretas, das mulheres trans, das deficientes, das indígenas e por aí vai. Não temos como abordar esse assunto sem pedir para que você confira o nosso texto sobre o feminismo interssecional. Depois dá uma passada por lá!

Precisamos ter em mente que quando invisibilizamos uma camada da sociedade que nosso discurso diz defender, não estamos sendo inclusivos. A militância só funciona quando damos visibilidade e olhamos para todos que participam daquela problemática. Não faz o menor sentido, por exemplo, defender os direitos dos LGBTs e ao mesmo tempo esquecer os trans desta militância sendo que o Brasil é o país que mais mata transexuais e travestis, população extremamente vulnerável e marginalizada. Precisamos ser inclusivos em nossos discursos, defesas e atitudes também.


A MINHA MILITÂNCIA É A QUE IMPORTA?

Outro fator que esquecemos nas discussões dentro da esfera militante é o outro lado. Quando falamos de militância, temos que ter em mente que estamos tentando buscar a transformação da sociedade através de discursos, manifestações e atos. 

Justamente por ser uma atitude política benéfica, a militância precisa ter diálogo, troca, respeito e humildade para ouvir o outro lado. Muitas vezes ela se baseia na desconstrução do indivíduo que pensa diferente e precisamos ter paciência e capacidade argumentativa para que essa desconstrução seja feita. Não será através de humilhações, exposições, conclusões precipitadas ou discursos violentos que causarão essa transformação.

Sim, defendemos uma causa específica e queremos buscar a transformação, mas não significa dizer que a nossa militância e a nossa voz é a única dentro daquele cenário. Precisamos estar dispostos a mergulhar nesse discurso, explicar, replicar e impactar os que pensam diferente através do diálogo e paciência. Quando usamos a nossa capacidade argumentativa, conseguimos resultados melhores em nossa militância.

É claro que existem exceções, alguns de nossos discursos militantes vão completamente na contramão de preconceitos, crimes ou injustiças e, nesses casos, precisamos nos manifestar de uma forma marcante e que faça história, principalmente quando não temos quem nos ouça. Afinal, a Revolução Francesa aconteceu pacificamente ou foi com a revolta popular que resultou na queda da Bastilha?



Postagem escrita por Luan, criador desse site, estudante e blogueiro. Graduando em Publicidade e Propaganda.

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