Série 'American Horror Story' (Foto: FX) |
Agosto é conhecido como o mês dos Pais, data que comemoramos a presença dos nossos com carinhos, presentes e gestos. Dados da Central Nacional de Informações do Registro Civil mostram que a elevação do abandono paterno é gritante: em 2020 mais de 80 mil crianças foram registradas apenas com o nome das mães em suas certidões de nascimentos. Se somente o sobrenome do pai fizesse diferença na vida dessas crianças, estaria ótimo. A ausência paterna implica em diversos traumas para o jovem, bem como para a mãe que participa da criação do indivíduo que acaba fazendo papel dobrado. Isso sem mencionar os pais que abandonam as crianças depois de seu nascimento. É um caos!
DIA DOS PAIS
O primeiro episódio que começa a gerar o trauma daquela criança/jovem é o Dia dos Pais: ao acessar as redes sociais, é possível perceber diversas publicações parabenizando seus responsáveis pela data, os grupos de família se manifestando positivamente pela comemoração e... Como fica o psicológico daquela criança que nem chegou a conhecer seu pai, ou foi abandonada por ele no decorrer de sua infância e/ou adolescência? Ah, o abandono paterno também ocorre quando o pai convive na mesma casa e até tem contato com o filho, mas pouco dá importância para a sua existência.
O indivíduo que não tem um pai presente deve se acostumar com a indiferença e visualizar a data como apenas um dia qualquer. Além disso, qual a possibilidade do desenvolvimento de traumas por não ter uma influência paterna em sua criação? O clima naquela casa pode ser positivo, bem como negativo: a mãe assume um papel duplo na criação e desenvolvimento do filho, gerando mais estresse e dor de cabeça. Quando assistimos filmes familiares, podemos ver que quando um casal tem um filho e a criança começa a chorar no decorrer da noite, parece que eles se dividem nas obrigações e decidem quem vai ou não cuidar do filho naquele episódio. Com a ausência de um pai, a mãe deve assumir integralmente todo o papel na criação do filho, gerando maior desgaste.
O Dia dos Pais torna-se uma data vazia para diversas famílias que não tem o que comemorar: seja pelo desconhecimento, pela indiferença ou pela falta de amor. Vemos diversas campanhas publicitárias na televisão, mas sabemos que aquilo não é verdade para todas as famílias. Imagina crescer sem a presença paterna e ter tudo e todos ao seu redor com um pai presente?
CONSEQUÊNCIAS DO ABANDONO
Quem dera se o único problema do abandono paterno fosse a ausência do nome na certidão, como dissemos acima. A falta do nome no registro da criança é só um grão de todo o saco de arroz dentro das problemáticas vividas. A criança se desenvolve de uma forma diferente: não tem uma figura paterna para buscar na escola ou ir às reuniões como as outras crianças têm, percebe que a mãe se sente só e sobrecarregada e muitas vezes pode até se culpar pelo fato.
Não são todas as crianças que foram abandonadas por seus pais que passam por traumas, mas boa parte está sujeita a isso. O filho se sente abandonado e rejeitado pelo gesto do pai, se vê como um problema e fica triste por isso.
A nossa sociedade acredita fielmente que a maternidade é uma obrigação e a paternidade uma opção. Muitas vezes entendemos que a mãe é quem deve cuidar do desenvolvimento do filho, sendo que isso deveria ser um processo mútuo. O pai deve ser presente no desenvolvimento e crescimento de uma criança já que também deveria assumir a responsabilidade por ter engravidado a mãe. Temos que parar de normalizar a frase que menciona o pai que foi comprar cigarro e nunca mais voltou e entender que isso é errado.
Se tudo se resumisse em um nome no registro ou pensão alimentícia, estava tudo bem. Só que estamos falando do desenvolvimento de uma criança, geração de traumas para o filho e para a mãe, sensações de abandono e feridas que jamais serão fechadas em seus corações. Os pais precisam se responsabilizar pelos filhos gerados. Até quando o abandono paterno será considerado normal em nossa sociedade?
Postagem escrita por Luan, criador desse site, estudante e blogueiro. Graduando em Publicidade e Propaganda.
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