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Série 'Queer as Folk' (Foto: Showtime) |
Gay, e agora? Essa conclusão chegou vinda diretamente dele(a), certo? Caso você esteja achando isso sem ele(a) ter dito nada, a gente precisa conversar bem sério. E se ele(a) disse também, senta em uma poltrona, pegue um café e mergulhe nessa leitura que também precisamos falar bem sério. Cá entre todos nós, a leitura dos três capítulos seguintes é indispensável.
Antes de tudo, trocaremos o termo "gay" por "LGBT" já que queremos incluir lésbicas e bissexuais também: aliás, queremos incluir todos que saiam do padrão heterossexual e, de alguma forma, causam um pequeno desconforto nos pais.
DEFINIÇÕES
- Heterossexual se refere a pessoas cujos sentimentos sexuais e afetivos são dirigidos a pessoas do sexo oposto;
- Homossexual se refere a pessoas cujos sentimentos sexuais e afetivos são dirigidos a pessoas de mesmo sexo. Se for um homem homossexual, ele é gay. Se for uma mulher homossexual, ela é lésbica;
- Bissexual (ou bi) se refere a pessoas cujos sentimentos sexuais e afetivos são dirigidos a pessoas de ambos os sexos;
- LGBT é a sigla de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros.
EU TÔ ACHANDO QUE MEU(MINHA) FILHO(A) É LGBT
Vamos por partes! Achar é uma coisa e ter a certeza é outra. O filho (ou a filha) apresenta comportamentos que possam sugerir uma distorção da heterossexualidade? Vamos lá: esses comportamentos são estereótipos. Estereótipos, por definição, são características atribuídas para algumas pessoas (entre elas, os LGBTs) que indicam comportamentos padrões. Exemplos famosos: menino que tem voz fina significa que ele é gay, menina que brinca com bonecos é lésbica e não é bem assim. Cá entre nós, algumas vezes acontece, mas isso não é uma regra. Eles são crianças (ou adolescentes) e podem apresentar gostos do tipo. Vale ressaltar que quem instaura esses padrões é ninguém menos que toda a nossa sociedade e devemos quebrá-los.
Caso você não queira quebrar esses padrões (deveria), entenda que ser LGBT não é uma doença. Por mais que alguns políticos e pessoas sem menor conhecimento tratem como doença, não é. Então, seja simpático com seu(ua) filho(a) e dê tudo o que você acha que ele(a) vai gostar, incluindo o seu amor. Nunca cobre explicações dele(a) e deixe que ele(a) tenha uma atitude e venha falar com você a respeito de sua sexualidade - acredite, uma hora a atitude chegará - e se não chegar, provavelmente ele(a) nem seja. Tenha em mente que você está criando seu(ua) filho(a) para o mundo e, caso ele(a) seja LGBT, nada poderá mudar isso. Simplesmente acontece.
MEU(MINHA) FILHO(A) SE ASSUMIU LGBT
Independente de como você descobriu, agora você sabe. E conversar sobre o assunto realmente ajuda: você pode buscar livros, páginas na internet, participar de grupos de ajuda ou ir a psicólogos. Além disso, toda essa experiência que parece um pesadelo pode te fazer criar um relacionamento mais forte e estreito com o seu(ua) filho(a).
Você pode se sentir em choque, com raiva, culpa, e tenha sentimentos de perda e negação e tá tudo bem. Essa fase é normal e faz parte. Por mais que você sinta que perdeu seu(ua) filho(a), você não perdeu. Ele(a) é a mesma pessoa que era ontem. A única coisa que você perdeu foi uma imagem que você tinha de seu(ua) filho(a), mas ela será substituída por uma outra e 100% verdadeira, concorda?
O mais importante é que você concilie sua coragem, confiança, amor e dedicação com o seu(ua) filho(a). Não mude seu comportamento com ele(a): ele(a) não está possuído por um demônio, ele(a) não foi desvirtuado e nem influenciado. Ele(a) é assim e pronto. Apenas dê apoio para seu(ua) filho(a) já que pesquisas mostram que rejeição fazem com que o adolescente tenha tendências suicidas, alcoólicas e índices altos ao uso de drogas, bem como se afastem dos pais. Quando você deu a vida a seu(ua) filho(a), você só pensava em dar amor para ele(a). Não pare de amar seu(ua) filho(a) por uma coisa pequena que nem controle ele(a) tem. Eu te garanto que se ele(a) pudesse escolher, ele(a) escolheria ser heterossexual: qual a vantagem de viver em uma sociedade cheia de preconceitos e com medo de ser quem você é?
A gente entende perfeitamente que o processo de se assumir é completamente difícil para os pais, mas entenda que isso foi difícil para seu(ua) filho(a) também. E não tenha medo de contar para a família e amigos: quer dizer, se seu(ua) filho(a) deixar, conte. Ele(a) te contou por depositar confiança em sua pessoa, seja sincero e transparente com seu(ua) filho(a). Se for contar para outras pessoas, deixe claro que seu(ua) filho(a) é o mesmo(a) e que nada mudou. Se estiver angustiado, chore, desabafe, abrace, mas mostre que você está em processo de aceitamento.
Bom, você lidará com a orientação sexual de seu(ua) filho(a) de forma positiva, basta você querer. Você passará a entender mais seu(ua) filho(a) e descobrirá que existe um mundo completamente novo na sua frente: conhecerá lados de seu(ua) filho(a) que nunca tinha conhecido, fará parte da vida do(a) filho(a) (antes não fazia com tanta precisão, mas agora você faz) e se tornará mais unido ainda com ele(a). Com o passar do tempo você entenderá que a comunidade LGBT é composta de humanos, assim como a comunidade heterossexual padrão. Você conseguirá digerir essa notícia: só precisa querer e precisa de um pouco de tempo.
Postagem escrita por Luan, criador desse site, estudante e blogueiro. Graduando em Publicidade e Propaganda.
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