Buscando o autoconhecimento para lidar com a raiva

Série 'Never Have I Ever' (Foto: Netflix)
Série 'Never Have I Ever' (Foto: Netflix)

Existem dias que ficamos com muita raiva de tudo ou de todos: acontece uma pequena coisinha e isso já é suficiente para que o sentimento negativo domine o nosso dia e nossas relações. Muitas pessoas não conseguem controlar as suas reações e aquela raivinha que deveria ser momentânea dura alguns dias e pode ultrapassar algumas semanas. Hoje estamos aqui para tentar entender o sentimento da raiva e fazer com que ele dure o tempo necessário, sem exageros.


POR QUE FICAMOS COM RAIVA?

Em determinados episódios do dia lidamos com alguma frustração diária e, com isso, temos total direito de ficarmos um pouco "pistolas" com a situação ou com as pessoas, mas precisamos ter cuidado para que isso não exceda o tempo limite permitido.

Um dos fatores que atiça nossa raiva é que o ser humano se programa para um planejamento específico e detesta ser contrariado. Quando ocorre algum contrariamento, ele se sente frustrado por ter sua expectativa quebrada. Ela também pode surgir com desejos e expectativas frustrados ou até mesmo algum episódio antigo de nossa vida que foi mal resolvido. De todo o modo, o sangue ferve, a cara se fecha e o dia parece se tornar mais difícil de lidar. Bem-vinda, raiva.


PESSOAS MIMADAS SENTEM MAIS RAIVA

Aquelas pessoas que foram muito mimadas pelos pais, que raramente ganhavam um "não" como resposta, que sempre tiveram tudo muito fácil (ou de mão-beijada) tendem a sentir mais raiva e frustrações. Isso ocorre pelo fato de não terem sido repreendidas na infância e adolescência e contaram com uma série de escolhas para as situações. O fato de não terem sido desafiadas o suficiente com sua autonomia também ajuda na inexperiência da vida. Quando esses jovens viram adultos, ouvir um "não" é mais difícil de ser digerido já que foram acostumados a terem suas ideias aceitas facilmente.

A educação que acontece em casa é extremamente importante para o desenvolvimento do jovem no mundo. A forma que seus pais os tratam moldam completamente o seu comportamento dentro da sociedade e, por isso, é possível afirmar que pessoas que foram muito mimadas na infância e adolescência sentem mais raivas que as outras. Até o simples fato de os pais colocarem a comida no prato dos filhos sem determinados vegetais e legumes (por escolha da criança) moldam o fato da criança se tornar ou não mimada e, consequentemente, mais insatisfeita com o mundo ao seu redor.


COMO CONTROLAR TODA ESSA RAIVA?

O primeiro passo para o controle de toda a raiva é o entendimento de que relações podem estar se tornando mais frágeis e o dia vivido ao invés de colorido, torna-se cinza. Além disso, o entendimento de que a raiva está acontecendo desproporcionalmente ao gatilho em si também ajudam no entendimento de que aquele sentimento é exagerado. De fato, podemos aprender com a raiva, mas esta tem que acontecer em dosagens certas.

De segundo passo, se afastar do gatilho causador e a quebra do orgulho interno ajudam na evolução rumo à normalidade. Fato é que quando sentimos raiva de alguma coisa, nos trancamos em nossos pensamentos e criamos uma barreira orgulhosa que impede de assumirmos o erro ou que estamos exagerando. Então, precisamos de maturidade e vontade própria para rompermos esse sentimento negativo que ocorre.

Sempre que guardamos o sentimento para nós mesmos é pior! Ficamos revirando e relembrando uma bola de sensações negativas e não encontramos uma oportunidade para externalizar. Sempre que possível, encontre alguém para desabafar essa carga negativa e, se possível, com a pessoa em questão para buscar a resolução do problema. É importante ter em mente que o outro não é obrigado a corresponder suas expectativas.

Sugerimos também que a expectativa sobre o comportamento do outro não seja criada: temos a nossa vida e temos a vida de outra pessoa em jogo, que é completamente diferente da primeira. Precisamos entender também que não somos o centro das atenções e devemos largar o egoísmo de que o mundo gira ao nosso redor. Por fim, buscar momentos calmos que promovam o autoconhecimento, meditações e relaxamentos ajudam a liberar todas essas sensações ruins que sentimos. É como se fosse uma energia que está presa dentro de nós, gritando, e precisamos encontrar alguma forma para que ela escape.

Ah, e o problema dessa fonte de raiva as vezes pode estar bem invisível, por isso sugerimos também o acompanhamento de um psicólogo para tentar desvendar os reais motivos para todo esse sentimento.



Postagem escrita por Luan, criador desse site, estudante e blogueiro. Graduando em Publicidade e Propaganda.

Comentários

  1. acho que o autoconhecimento nos ajuda a lidar com tudo, né? estou nessa busca incessante para ser alguém melhor!

    abraços

    Mulher Conectada

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    Respostas
    1. Quando a gente se conhece, conhece aos outros, também. A inicial indignação com atitudes alheias, logo nos faz lembrar das palavras da "lendária" Dona Beija, ao receber esterco da esposa do cara que ela era amante! Disse a empregada: "Jogue fora! Cada um da o que tem"! Não podemos "exigir" das pessoas mais do que elas são!

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